Um médico contou que, certo dia, foi chamado a atender a um agente de seguros chamado Bill Wilkins, que acordou certa manhã num hospital para alcoólatras. Com profundo desânimo, Bill perguntou ao médico: Doutor, quantas vezes já estive neste buraco?
-Cinquenta, respondeu o médico. Você já se tornou um dos nossos mais velhos pacientes. Este vício acaba me matando, o senhor não acha? Indagou.
-Ora, Bill, respondeu o médico com voz grave, você, no caminho por onde vai, não vai durar muito. Então, que tal se me deixasse tomar um "tragozinho"? Sugeriu Bill, com o rosto iluminado.
-Está bem, concordou o médico. Mas, vamos fazer um acordo. Há um rapaz no quarto ao lado, que está em más condições. É a primeira vez que vem aqui.
Se você se mostrar a ele, como um horrível exemplo do que o espera, talvez consiga fazer com que renuncie à bebida para o resto da vida. Em vez de zangar-se, Bill mostrou-se interessado.
-Está bem, respondeu. Mas, não se esqueça da garrafa, quando eu voltar.
O rapaz estava mesmo em péssimas condições. Bill, que se considerava incapaz de convencer a quem quer que seja, mal pôde acreditar na sua própria voz, quando começou a insistir com o moço: O álcool é uma força externa que conseguiu vencê-lo. Só outra força poderá ajudá-lo. Se não quiser chamá-la de Deus, poderá denominá-la a Verdade. O nome pouco importa, o importante é que essa força está dentro de você. Fosse qual fosse a reação do rapaz, Bill acabou por impressionar-se a si próprio. Ao voltar ao seu quarto, esquecera o trato feito com o médico.
Interessando-se, finalmente, por outra pessoa, permitiu que a lei do desinteresse e da generosidade viesse em seu próprio auxílio. Os resultados foram tão eficazes que ele se tornou o fundador de um movimento muito útil, para os que perderam a fé em si próprios e cujo nome é Alcoólicos Anônimos. * * * Toda pessoa tem na intimidade a centelha Divina. E, por mais difícil que esteja a situação, sempre haverá uma solução possível, basta que a busquemos com disposição e coragem.