Contam que uma caluniadora buscou o seu confessor e narrou, arrependida, a sua mais recente insensatez. Pedindo a absolvição para o triste delito, perguntou ao ouvinte atento qual era a sua penitência. Aquele reflexionou e pediu-lhe que fosse ao lar e trouxesse uma almofada de plumas, subisse à torre da igreja e dali as espalhasse ao vento com máximo cuidado, e, após, viesse receber a competente liberação. Tão logo terminou de fazê-lo, a confessa retornou e perguntou:
– E agora? — Volta lá — respondeu o sacerdote — recolhe todas as plumas e refaze a almofada.
“ A calúnia são plumas ao vento que vão sempre adiante para a amargura do caluniador. “
Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua caminhada pela vida. É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as consequências que esses modos comportamentais podem acarretar. Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.
Alguns acreditam que os próprios equívocos são menores do que os erros alheios. Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles. Iludem-se crendo que a severidade das leis da consciência atingirá somente outras pessoas.
Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que realmente é o melhor para a sua vida. Não se usa gastar as energias excedentes, na atividade fraternal e voltada à verdadeira caridade . O tempo ocioso, na maioria das vezes vai para diversões, nem sempre saudáveis.
É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate. Convertamos sombras em luz.
Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados. Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer. Creio que não haja exercício mais difícil nesta vida do que conviver com o outro. Aceitar as diferenças e administrar os conflitos, tudo o que fazemos e somos está a serviço de apenas um objetivo: sermos reconhecidos e amados. Porém, é também na convivência que reside nosso maior desafio, É quando todos os nossos sentimentos – um a um – ficam aflorados, expostos, escancarados; algumas vezes de forma linda, mágica, encantadora… mas outras vezes, de forma ridiculamente mesquinha, pequena, assombrada…
Se considerarmos que passamos a maior parte de nosso tempo no ambiente de trabalho, haveremos de considerar que são as relações nutridas neste lugar que nos servem como práticas mais recorrentes.
Embora, é no trabalho que trocamos nosso comportamento por um valor determinado, previamente combinado, estejamos satisfeitos ou não com este montante. Portanto, este pagamento nos induz, muitas vezes, a agir de modo comedido, engessado, como quem cumpre um script sem considerar os verdadeiros sentimentos.
Acontece que não fomos feitos para o fingimento e sim para a autenticidade, seja ela bonita ou não. Assim, mais cedo ou mais tarde, quem realmente somos é que fica em evidência e é a partir daí que encontramos bem-estar ou desespero, alegria ou angústia, prazer ou dor, conciliação ou tormento.
Justamente por isso ser a gentileza nosso maior trunfo. Não a gentileza protocolar, mas aquela genuína, capaz de promover a paz nos relacionamentos do cotidiano. Por isso, embora realmente seja difícil praticá-la em algumas ocasiões, é urgente começarmos a ser gentis com aqueles que dividem conosco o ambiente de trabalho e com quem compartilhamos a mesma casa, o mesmo quarto e a mesma cama muitas vezes.
Tente se colocar no lugar do outro. Aprenda a escutar. Esvazie seus ouvidos para absorver o que o outro está dizendo. Aí pode estar a solução que nem ele ainda foi capaz de enxergar.
Pratique a arte da paciência. Julgamentos e ações precipitadas tendem a causar desastres horrorosos.
Peça desculpas, especialmente se esta opção lhe parecer difícil demais. Isso pode definitivamente mudar a sua vida!
Procure ao menos três qualidades no outro e perceba que esse hábito pode promover verdadeiros milagres.
Respeite as pessoas quando elas pensarem e agirem de modo diferente de você. As diferenças são verdadeiras preciosidades para todos.
Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida
. Analise a situação. Deixe a decisão para o dia seguinte, se estiver de cabeça quente. Alcançar soluções pacíficas depende também do seu equilíbrio interno. Faça justiça. Esforce-se não para ganhar, como se as eventuais desavenças fossem jogos ou guerras, mas para que você e as pessoas ao seu redor fiquem bem! Ame tudo que faça!
Seja Feliz!
(T.D.Rueda)