Havia em uma determinada cidade do sertão goiano, uma velha professora, que era muito atenciosa e educava com muito carinho seus alunos. Porém, ela não morava na região e precisava tomar ônibus para ir e vir de casa todos os dias. Todos que a conheciam, gostavam muito dela mas; a achavam meio estranha também. Ouvia-se estórias, que diziam ela ser meio doidinha. Todos que a viram ingressar no ônibus falavam que ela ficava abanando a mão, para alguém que ninguém via.
O que será que acontecia na cabecinha dela? A curiosidade foi ficando tão aguçada, que resolveram entre os alunos, escolher um, que tivesse coragem para conversar com ela durante o trajeto do ônibus, para saber o que acontecia. Paulo, muito curioso, sentou-se atrás da professora no ônibus e aguardou o balançar das mãos da professorinha. Ah! Logo em seguida que o veículo começou a percorrer a estrada, ela começou o balançar das mãos. Sem perder tempo, ele tocou no ombro dela e perguntou: Porque você está balançando as mãos? Está vendo alguém que não vejo?
Ela sorriu apenas e lhe mostrou sua mão cheia de pequenas sementes. Paulo não entendeu o que era. Para que aquilo? Pacientemente ela explicou. Quando comecei a lecionar na escola de vocês, o caminho que eu percorria era muito feio e triste. Achei que poderia melhorá-lo. Comprei em fornecedores, sementes de variadas flores, para colorir a beira da estrada. Sei que muitas sementes se perderiam, mas o que você vê agora olhando para fora? Paulo confirmou ; um caminho florido. Perto do terminal do ônibus, onde mais pessoas caminham, as flores, vingam com menos força, por isso reponho as sementes, mais vezes. Não aceno para ninguém. Semeio flores.
No dia seguinte ao contar as novidades, todos entenderam a lição de zelar pela natureza e riram de julgar tão erradamente, aquela velha professora.